Por Cristiane Pinheiro
O Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), em Portugal, está investindo em eficiência energética no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, por meio do programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). Entre as principais ações, estão a instalação de sistema solar térmico e substituição de chillers (máquinas de geração térmica) com a instalação de sistema solar fotovoltaico. O objetivo é trazer uma economia significativa ao hospital.
Com custo total previsto de 5 milhões euros, o projeto ainda permitirá manter e melhorar os outputs de serviço e de segurança no abastecimento. O recurso teve apoio financeiro da União Europeia – Fundo de Coesão.
No caso do sistema solar térmico, a energia é captada através de painéis solares térmicos, também chamados de coletores solares. São mais simples, econômicos e conhecidos de aproveitar o Sol, sendo utilizados em casas, hotéis e empresas para o aquecimento de água para chuveiros ou piscinas, aquecimentos de ambientes ou até em processos industriais. Os painéis são simples e têm a função de transferir o calor da radiação solar para a água ou óleo que passa por dentro deles para então ser utilizado como fonte de calor.
Além do sistema solar térmico e substituição de chillers por sistema solar fotovoltaico, o hospital vai contar com troca no sistema de iluminação – LED, equipamento AVAC – Climatização dos pisos 3, 4 e 5 do internamento, climatização do Bloco Operatório Substituição das UTAS, verificação de tubagens AQ e AF e substituição de bombas, GTC centralizado e Isolamento térmico em paredes.
O CHS já concluiu a substituição de chillers no equipamento de AVAC e a climatização do quinto andar, encontrando-se em fase de execução da instalação de sistema solar fotovoltaico e o isolamento térmico das fachadas.
A produção de energia solar fotovoltaica em Portugal tem crescido ano a ano, à medida que vão nascendo de Norte a Sul do país novas centrais solares de larga escala. Os últimos dados Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) mostram que o país gerou no ano passado 1276 gigawatts hora (GWh) de energia fotovoltaica, um pouco mais do dobro dos 627 GWh que tinha produzido em 2014. Quase metade da produção nacional está no Alentejo, onde a energia solar já representa 12% de toda a eletricidade consumida na região.
Uma parte significativa deste crescimento foi conseguida justamente no ano passado, cuja produção aumentou 27% face a 2018, de acordo com os números de dezembro da DGEG. A mesma fonte revela que só o Alentejo concentrou 46% de toda a produção solar fotovoltaica em Portugal em 2019.
De fato, a exposição solar na região Sul de Portugal tem atraído para o Alentejo grande parte dos novos investimentos em centrais fotovoltaicas, que hoje são construídas sem necessidade de tarifas subsidiadas de longo prazo. Muitos desses projetos vêm avançando suportados por contratos privados de longo prazo.